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Neste próximo dia 29 de setembro cumpre-se um ano da «Tomada de Posse» como Pároco das Freguesias de Alhos Vedros e de Santo André. Comigo vieram dois colegas: o Padre Basílio Mendes, pároco comigo, e o irmão Tiago da Eira, que tivemos o gosto de ver ser ordenado Diácono. Ao sermos acolhidos nestas terras, a Província Portuguesa dos Sacerdotes do Coração de Jesus inaugurava assim a sua presença em terras além Tejo, nesta Diocese de Setúbal. Viemos de coração aberto, sem conhecer as paróquias que nos seriam confiadas, sem qualquer motivação que não fosse a de servir o Mestre, através daqueles que nos confiava e colocava ao nosso cuidado pastoral.
Dia após dia, a cada momento vivido, a cada lágrima caída e a cada sorriso recebido, sempre tivemos a certeza que Deus esteve presente. Podemos afirmar que foi um ano de desafios, os quais, foram aproveitados em todos os momentos com sabedoria e coragem, para torná-los em oportunidades, seguindo em frente, sem nunca desistir.
Nas duas Paróquias a nós confiadas tínhamos dois enormes antecessores: em Alhos Vedros o Padre Carlos e em Santo André o Padre Armando. O primeiro foi pároco durante 50 anos e o segundo durante 42 anos. Duas marcas, duas histórias. Nunca é fácil ser aquele que vem a seguir, sobretudo quando se chega a um lugar onde várias gerações estão profundamente marcadas por tantas décadas de entrega ao ministério daqueles que se despediam com a nossa chegada. Os dois padres são figuras incontornáveis nestas terras. Homens de oração, de trabalho sério e honesto, autores de uma obra social notável e donos de um coração generoso que a todos cativava. Ninguém veio substituir ninguém, pois as pessoas não se substituem. Viemos porque fomos chamados e enviados, tal como aqueles que partiram. É bom ver e sentir o carinho, o respeito e o sentimento de gratidão que existe da parte de todos para com os padres que partiram. Sinal de que a sua entrega valeu a pena.
Um ano depois quero agradecer a todos o afeto e a atenção que têm demonstrado para comigo e com os meus irmãos. O Senhor enviou-nos e estamos cá para servir. Com a «Tomada de Posse» não nos apoderamos de nada, não “subimos” na vida, não passamos a ser importantes: com a «Tomada de Posse» tomamos a responsabilidade de servir, de acolher, de respeitar, de amar aqueles que o Senhor nos entregou, sobretudo tendo um cuidado particular pelos mais pequenos, os simples, aqueles que são marginalizados pela sociedade e não têm voz ou quem os defenda.
Que Santo André seja sempre um modelo de anunciador de Jesus Cristo vivo e ressuscitado e São Lourenço estímulo de ação virada ao serviço da caridade aos irmãos.
Vosso em Cristo
Padre Nuno Pacheco, scj
Pároco - moderador
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